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Sexta-feira, Outubro 3, 2025

Daniel Chapo Quer Incinerar Terrorismo Do País

Os grupos armados em Cabo Delgado, no norte de Moçambique, além de continuam a atacar aldeias, raptar civis e a saquear comunidades para sustentar a sua máquina de guerra, intensificaram as suas actividades Perante este panorama, o Presidente Daniel Chapo apelou às Forças Armadas para enviarem os melhores militares para o terreno, defendendo “estratégias para incinerar” os grupos terroristas e devolver a segurança às populações.

Daniel Chapo Quer Incinerar Terrorismo Do País


O Presidente da República de Moçambique, Daniel Chapo, fez hoje dia 25 de Setembro de 2025, na Matola, uma declaração polémica, durante as comemorações do 61.º aniversário das Forças Armadas de Defesa de Moçambique (FADM), comemorações que também coincidem com os 61 anos do início da luta pela independência do regime colonial português.

O chefe de Estado e comandante-em-chefe do exército revelou que os terroristas mudaram a sua forma de actuação na província de Cabo Delgado e exigiu uma resposta mais robusta das forças militares, reafirmando que a segurança no país melhorou, mas que a ameaça persiste.

Durante o acto central, Daniel Chapo revelou que os insurgentes em Cabo Delgado têm adoptado novas tácticas que passam pela implantação de dispositivos explosivos, incursões para o saque de produtos alimentares e sequestro de cidadãos, maioritariamente pescadores.

O presidente do país, referiu ainda que estas praticas devem ser combatidas pelos melhores militares sem excepção, pois considera que apesar de excepcional, “o esforço não tem sido suficiente”.


Mudança de Estratégia


Muito embora reconheça a “complexidade” da missão no combate aos grupos armados activos no extremo norte do país desde Outubro de 2017, Daniel Chapo não deixou de vincar que o nível de preparação das Forças Armadas melhorou nos últimos anos.

Afirmou que ao longo destes anos os militares adquiriram experiência, criaram estruturas e formaram muitos quadros nas academias, capazes de enfrentar esses desafios com mestria. Portanto, recomenda enviar os melhores quadros para o terreno do Teatro Operacional Norte.

Segundo Daniel Chapo, o terrorismo não se vence ao deixar os melhores militares, os melhores quadros, os familiares ou os filhos dos chefes nos gabinetes. Todo o cidadão que faz parte das Forças de Defesa e Segurança deve ir ao teatro operacional norte e, segundo ele, isso é inegociável.

“A realidade manda dizer que esse esforço não tem sido suficiente”.

“Por isso, ao comemorarmos o 61.º aniversário das FADM, queremos orientar os três pilares das Forças de Defesa e Segurança a encontrar estratégias para incinerarmos o terrorismo no nosso país”, afirmou Daniel Chapo.

O Presidente moçambicano afirmou que a segurança em Cabo Delgado melhorou, mas que a ameaça terrorista permanece e por isso mesmo é que pediu às FADM este esforço adicional para acabar de vez com o terrorismo no país.


Cabo Delgado


Daniel Chapo reconheceu que, em Cabo Delgado, uma província moçambicana, rica em gás, a ameaça é de elevada complexidade e obriga a constantes inovações tácticas, operacionais e estratégicas, bem como ao recurso de cooperação internacional e ao aperfeiçoamento das capacidades das FADM.

“As nossas tropas têm-se destacado pela coragem, disciplina e resiliência, recuperando territórios outrora ocupados, permitindo o regresso seguro das populações às suas zonas de origem e restaurando a autoridade do Estado nas regiões afectadas”.

Referiu o chefe de Estado, destacando que os moçambicanos querem o país em paz e livre de terrorismo e, que nesse sentido, as FADM têm-se reinventado constantemente para dar resposta ao clamor do povo.

Acrescentou ainda que com esta pressão operacional das FADM, os terroristas têm estado a alterar o seu modus operandi, desde logo passando a realizar acções que incluem implantação de dispositivos explosivos, improvisados, em algumas rodovias, para contenção do avanço operacional.

Têm existido também tentativas de condicionamento de circulação de viaturas em algumas rodovias sob ameaça de ataques e saques, realização de incursões para o saque de produtos alimentares da população, para o reforço da sua logística e sequestro de cidadãos, maioritariamente pescadores, confiscação dos seus bens e cobrança de valores monetários para sua soltura.

“Estes desafios imperam a necessidade de investimento das FADM para o reforço da sua capacidade operacional com vista a persuadir, dissuadir e deter qualquer tipo de ameaça em Cabo Delgado”, apontou ainda Daniel Chapo.

A província de Cabo Delgado tem registado sensivelmente desde Julho um recrudescimento dos ataques de grupos armados, com os distritos de Chiúre, Muidumbe, Quissanga, Ancuabe, Meluco e mais recentemente Mocímboa da Praia, a registarem vários mortos.

Os Dados Actuais


Segundo os dados divulgados pela OIM, Organização Internacional para as Migrações, mais de 3.600 pessoas fugiram entre 19 e 22 de Setembro dos distritos de Balama e Mocímboa da Praia, em Cabo Delgado, devido à insegurança provocada pelos ataques de insurgentes naquelas zonas.

Segundo esses dados oficiais, só em 2024, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques terroristas, no extremo norte de Moçambique, a maioria reivindicada pelo grupo extremista Estado Islâmico, o que se traduz um aumento de 36% comparativamente ao ano anterior.

Só em 2024, apesar da presença não só das tropas nacionais como de mais de 2 mil elementos do exército do Rwanda no terreno, pelo menos 349 pessoas morreram em ataques terroristas, no extremo norte de Moçambique, a maioria reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico, o que se traduz em um aumento de 36% face ao ano anterior.

Estes dados oficiais, tiveram como base um estudo divulgado pelo Centro de Estudos Estratégicos de África (ACSS), uma instituição académica do Departamento de Defesa do Governo norte-americano.


Conclusão


O discurso de Daniel Chapo na Matola reforça a ideia de que Moçambique continua a enfrentar uma guerra prolongada contra o terrorismo em Cabo Delgado. Apesar das melhorias registadas na preparação das Forças Armadas e na recuperação de territórios, os novos métodos adoptados pelos insurgentes revelam a persistência da ameaça.

A aposta em estratégias inovadoras, no reforço da cooperação internacional e no empenho dos melhores quadros militares será determinante para “incinerar” o terrorismo e garantir um futuro de paz e estabilidade para os moçambicanos.

 


O que pensas desta posição de Daniel Chapo em relação aos terroristas?  Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Imagem: © 2025 António Cotrim
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