Confrontos em Bissau: Detenções Após Tiroteio.
Bissau tornou-se novamente palco de intensos e violentos confrontos, agora entre o batalhão do Palácio Presidencial e a Guarda Nacional, desencadeados pela detenção de dois membros do executivo.
O ministro das Finanças, Suleimane Seide e o secretário de Estado do tesouro, António Monteiro, foram presos no âmbito de uma investigação sobre um pagamento suspeito de seis mil milhões de francos CFA a 11 empresários.
As Reacções
A Coligação Plataforma Aliança Inclusiva (PAI) – Terra Ranka, que lidera o governo, acusa o batalhão presidencial de uso “desproporcional e despropositado” da força. Fontes da coligação afirmam que a Guarda Nacional, ao proteger os membros do governo, foi alvo de um “golpe de força da Presidência da República.”
A situação escalou com troca de tiros durante a madrugada e manhã, levando a coligação a apelar à intervenção urgente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO). A coligação considera essencial pôr fim ao “uso indiscriminado de violência” e garantir o “normal funcionamento das instituições” através da mediação da CEDEAO.
Confrontos nas Ruas de Bissau
A tensão persiste, com tiros de armas ligeiras e pesadas ouvidos desde as primeiras horas da manhã em Bissau. A Guarda Nacional e o Batalhão do Palácio Presidencial estão no centro dos confrontos, enquanto o Chefe do Estado Maior General das Forças Armadas e o Presidente guineense estão fora do país.
O líder do batalhão presidencial foi detido após uma tentativa de libertar os membros detidos, culminando em trocas de tiros. A situação, inicialmente caótica, parece estar sob controlo, de acordo com as autoridades militares.
A detenção dos membros do governo está relacionada com a alegada retirada irregular de 10 milhões de dólares de fundos estatais. Após serem questionados por uma investigação anti-corrupção, foram detidos para não comprometer as apurações.
No entanto, a intervenção da Guarda Nacional, armada com AK-47 e bazookas, resultou na sua retirada das celas e transferência para local desconhecido.
Os Antecedentes
A Guiné-Bissau, historicamente marcada por golpes e tentativas de golpe desde a independência de Portugal em 1974, enfrenta mais um capítulo turbulento na sua trajetória política. A relação entre as forças armadas, o governo e a oposição permanece tensa, enquanto a comunidade internacional observa com apreensão os acontecimentos em curso.
Em fevereiro do ano passado, o presidente disse que sobreviveu a uma tentativa de golpe depois de ter sido alvo de fortes tiros durante cinco horas, num incidente em que morreram 11 pessoas.
Sem dar detalhes, disse que o ataque estava ligado ao tráfico de drogas no país. No entanto, alguns duvidaram da versão oficial dos acontecimentos, em meio a questões que incluíam quem realmente estava por trás da tentativa, quantas pessoas estavam envolvidas e quem estava no comando.
Conclusão
Num país marcado por uma história turbulenta de golpes e instabilidade política, os recentes eventos em Bissau revelam as complexidades do cenário político guineense. As dinâmicas entre as diferentes facções, a fragilidade das instituições e as raízes históricas que moldam o presente tumultuado tem sido a prática constante.
Diante do caos atual, é imperativo examinar as perspectivas para o futuro da Guiné-Bissau, para que a democracia se instaure de forma final e definitiva.
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Imagem: © DR