A Guiné-Bissau manteve as esperanças de qualificação para o Campeonato Africano das Nações (CAN 2025), após um empate dramático com o Eswatini por 1-1. Agora, tudo será decidido no confronto directo contra Moçambique, na última jornada.

O jogo decisivo acontece na próxima terça-feira, 19 de Novembro de 2024, no Estádio Nacional 24 de Setembro, em Bissau. Os “Djurtus” precisam de uma vitória por pelo menos dois golos de diferença para garantir a vaga na fase final, a ser disputada em Marrocos.

Entretanto, Cabo Verde foi eliminado após um empate com o Egipto, encerrando as suas esperanças de seguir para a final no Marrocos.

No duelo contra o Eswatini, realizado na cidade de Mbombela, na África do Sul, a selecção da Guiné-Bissau demonstrou dificuldades ofensivas. Mesmo contando com jogadores de renome como Mama Baldé, Beto e Zidane Banjaqui, a equipa liderada por Luís Boa Morte encontrou uma barreira sólida montada pelo técnico adversário, Zdravko Logarusic.

A primeira parte, foi marcada pela falta de criatividade dos “Djurtus” que não conseguiram ultrapassar a forte defesa adversária. Já na segunda parte, a selecção intensificou o ataque, com destaque para Carlos Mané que marcou o golo do empate aos 87 minutos, após uma jogada rápida que trouxe alívio à equipa e aos adeptos.

Aos 81 minutos, o Eswatini surpreendeu com um golo de Philani Thabo Mkhonto, gerando grande tensão entre os “Djurtus”. No entanto, apesar do golo do empate marcado aos 87 minutos, a falta de entrosamento entre os atacantes continuou evidente, comprometendo as finalizações. Com este resultado a Guiné-Bissau ficou com cinco pontos, atrás de Moçambique que soma oito.

Após o apito final, Carlos Teixeira, presidente da Federação de Futebol da Guiné-Bissau, reforçou a confiança nos “Djurtus” e pediu serenidade aos jogadores e confiança ao povo porque acredita nas possibilidades de o país se qualificar para a CAN2025, a disputar em Marrocos.

Enquanto a Guiné-Bissau lutava por um ponto contra o Eswatini, Moçambique enfrentava o Mali, no Estádio Nacional do Zimpeto, em Maputo. No entanto, os “Mambas” perderam por 1-0, numa partida tensa marcada por uma forte presença policial devido às manifestações pós-eleitorais que tem flagelado o país.

Com uma defesa sólida e transições rápidas, os moçambicanos mostraram consistência, mas o golo de Kamory Doumbia, aos 19 minutos, matou a investida moçambicana e deu a vitória ao Mali.

Com este resultado, o Mali garantiu a liderança do Grupo I, somando 11 pontos, enquanto Moçambique mantém o segundo lugar com 8 pontos, seguido pela Guiné-Bissau com 5. Este resultado adiou a qualificação dos “Mambas” para a última jornada, deixando a equipa com a obrigação de pelo menos empatar contra a Guiné-Bissau para garantir a classificação.

O confronto entre Guiné-Bissau e Moçambique será uma verdadeira final e promete ser um espectáculo de futebol e emoção, com várias possibilidades de desfecho. Para carimbam o apuramento os “Mambas”, precisam de um empate ou de uma vitória fazendo Moçambique avançar para a CAN 2025. Mas uma vitória dos “Djurtus” por uma margem de dois ou mais golos colocará a Guiné-Bissau na fase final.

Se a diferença de golos entre as equipas for mínima, outros critérios de desempate, como golos marcados e marcados fora de casa, entrarão em jogo. Perante este panorama, ambas as selecções precisarão manter foco absoluto do início ao fim.

A pressão sobre os guineenses é enorme. Para além da necessidade de vitória, o historial recente entre as duas selecções favorece Moçambique que venceu os “Djurtus” na primeira volta por 2-1. Se vencerem por uma margem de dois golos, a selecção da Guiné-Bissau, ultrapassa os moçambicanos na diferença de golos, assegurando assim a segunda posição no grupo.

Luís Boa Morte terá que superar as limitações ofensivas da sua equipa e adoptar uma abordagem ofensiva no jogo contra Moçambique, maximizando o potencial de jogadores como Mama Baldé e Beto que precisam de maior sincronização em campo. Além disso, o técnico deve explorar alternativas tácticas, como as utilizadas contra o Eswatini, quando fez cinco substituições que alteraram o ritmo da equipa.

Por outro lado, Moçambique, liderado pelo técnico Chiquinho Conde, aposta numa abordagem táctica equilibrada e na solidez defensiva com jogadas rápidas de contra-ataque, com destaque para jogadores como Geny Catamo que foi titular contra o Mali. A equipa sabe que um empate é suficiente, mas não poderá subestimar a ambição dos guineenses.

Enquanto a Guiné-Bissau ainda luta pela qualificação, Cabo Verde despediu-se da competição após empatar em casa com o Egipto, num jogo disputado na Cidade da Praia. Os “Tubarões Azuis” precisavam de vencer para manter vivas as esperanças, mas foram travados por um Egipto já qualificado em que apesar de o seleccionador, Hossam Hassan, ter poupado vários titulares, o desfecho não afectou o seu jogo.

O Egipto abriu o marcador aos 31 minutos, com Mohamed a explorar uma falha defensiva. Cabo Verde entrou a perder em casa frente aos Faraós, sem Salah e tentou respondeu na segunda parte, com Ryan Mendes a converter uma grande penalidade aos 63 minutos, mas apesar da pressão exercida nos minutos finais, os cabo-verdianos não conseguiram a vitória.

Este empate condenou Cabo Verde que terminou com apenas quatro pontos no Grupo C, atrás do Botswana (sete pontos) e do Egipto (treze pontos).

A eliminação de Cabo Verde na fase de grupos marca o fim de uma campanha aquém das expectativas. Após participar em duas edições consecutivas da CAN, os “Tubarões Azuis” falharam em replicar o sucesso anterior e não vão ao CAN 2025. Além disso, a equipa enfrentou desafios tácticos e defensivos que comprometeram os seus resultados.

No Grupo C, Cabo Verde foi superado pelo Botswana que se beneficia do confronto directo e pela Mauritânia que ainda tem hipóteses de qualificação. Apesar da eliminação, os cabo-verdianos mostraram determinação e o seu capitão, Ryan Mendes, prometeu continuar a liderar a equipa para futuras conquistas.

Para Cabo Verde, o percurso terminou com lições importantes para o futuro. No entanto a última jornada da qualificação para a CAN 2025 será decisiva para Guiné-Bissau e Moçambique.

A expectativa para o duelo decisivo não poderia ser maior. Com o sonho de representar os seus países no palco continental, os “Djurtus” e os “Mambas” enfrentarão um teste de força, determinação e estratégia.

O Estádio Nacional 24 de Setembro, em Bissau, será o palco de um confronto que vai define o destino de duas selecções e o sonho de milhares de adeptos.