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Domingo, Outubro 5, 2025

CAN Feminino 2026 Vai Ter 16 Selecções

O futebol feminino africano prepara-se para dar um salto histórico. A partir de 2026, o Campeonato Africano das Nações Feminino contará com 16 selecções na fase final, em vez das habituais 12. Esta mudança promete transformar o torneio numa montra de competitividade, diversidade e visibilidade sem precedentes, marcando um novo capítulo no desporto africano.

CAN Feminino 2026 Vai Ter 16 Selecções


O Campeonato Africano das Nações (CAN) Feminino terá, a partir de 2026, a participação de 16 selecções, após uma decisão oficial da Confederação Africana de Futebol (CAF), simbolizando um marco histórico que prova a evolução e o crescimento do futebol feminino em África.

O CAN Feminino de 2026, vai decorrer entre 17 de Março e 3 de Abril de 2026 e será novamente disputado em Marrocos. Esta decisão vem democratizar o acesso de selecções emergentes à maior competição continental ao permitir o aumento do número de jogos, ao abrir espaço para novas protagonistas e ao gerar maior exposição mediática.

Até 2018, o torneio tinha apenas 8 selecções. Em 2022, passou para 12 e agora alcança a fasquia das 16, em linha com a tendência global de expansão observada noutras competições internacionais, como o Mundial Feminino da FIFA e a Euro Feminina da UEFA.

A mudança responde ao crescimento rápido do futebol feminino africano, visível na participação de selecções como as da Nigéria, África do Sul ou Zâmbia em Mundiais, Jogos Olímpicos e competições de clubes.

No entanto, a expansão não se limita a números: significa mais responsabilidades para federações nacionais, necessidade de infra-estruturas adequadas, investimento em programas de base e atenção ao equilíbrio competitivo. A decisão da CAF surge num momento em que o futebol feminino ganha terreno como instrumento de igualdade de género e motor de inclusão social.


Expansão Histórica


A expansão para 16 selecções é um passo histórico na estrutura da competição. Durante décadas, o torneio teve apenas 8 selecções, o que restringia a participação e reforçava a hegemonia de algumas potências, como a Nigéria. Em 2022, a CAF decidiu aumentar para 12, já sinalizando um processo de abertura.

Agora, ao confirmar 16 selecções para 2026, a organização assume a intenção de alargar o alcance do torneio e torná-lo mais representativo. Marrocos que acolherá o CAN Feminino pela terceira edição consecutiva, é visto como um parceiro estável, com infra-estruturas modernas e crescente tradição no futebol feminino.

Contudo, esta decisão também está a gerar críticas: alguns dirigentes defendem maior rotatividade da sede, permitindo que outros países recebam o torneio e reforcem o desenvolvimento local.

A qualificação para 2026 já está em marcha, com 38 selecções registadas. A competição para as qualificações decorrerá entre 2025 e 2026, em rondas eliminatórias que apurarão 15 vagas, já que Marrocos tem lugar assegurado como anfitrião. O sistema prevê confrontos preliminares entre selecções de ranking mais baixo, enquanto as melhor posicionadas entram em fases mais avançadas.

Esta estrutura pretende garantir um maior equilíbrio e aumentar as hipóteses de selecções emergentes chegarem à fase final. Esta mudança segue a tendência de outras competições internacionais. O Mundial Feminino, por exemplo, passou de 24 para 32 selecções em 2023 e a UEFA também tem aumentado a abrangência do seu torneio europeu.

Para a CAF, o objectivo é claro: acelerar o crescimento do futebol feminino em África e garantir que mais jovens raparigas encontrem referências e oportunidades no desporto.


Impacto Competitivo


Mais selecções significam mais jogos e maior exigência técnica e táctica. As potências tradicionais — Nigéria, África do Sul, Gana e Camarões — terão de adaptar-se a um torneio mais longo, exigente e menos previsível. A sua supremacia poderá ser desafiada por selecções que, embora menos experientes, chegam motivadas e em crescimento, como a Zâmbia, o Senegal ou o Botswana.

A expansão também abre espaço para surpresas. Países sem tradição continental poderão alcançar a fase final e protagonizar histórias inspiradoras, criando narrativas de “zebras” que costumam apaixonar adeptos.

A previsibilidade, muitas vezes associada ao domínio de poucas selecções, vai dar lugar à imprevisibilidade o que levará a surpresas e tornará o torneio mais emocionante, ao aumentar a atractividade e, claramente, reforçar o interesse mediático pela competição.

No entanto, há riscos. A disparidade de níveis entre selecções pode gerar resultados desnivelados, com derrotas pesadas para algumas selecções. A CAF terá de ponderar mecanismos de balanceamento, como sorteios regionais ou critérios de cabeças-de-série, de forma a garantir competitividade no CAN sem excluir as selecções mais frágeis.


Desenvolvimento do Futebol


Com a expansão, surgem desafios estruturais e logísticos. O aumento do número de jogos implica maiores custos de organização, deslocações, alojamento, arbitragem e cobertura mediática. Para os países menos desenvolvidos, a preparação é onerosa: faltam centros de treino, ligas nacionais fortes e apoios financeiros.

Mas cada desafio traz uma nova oportunidade. A maior visibilidade pode atrair patrocinadores, estimular os governos e as federações a investir e impulsionar programas de desenvolvimento feminino. As jogadoras também terão maior exposição internacional, podendo despertar o interesse de clubes estrangeiros. Para muitas, o CAN será a porta de entrada para carreiras mundiais.

Além disso, a exigência de maior estrutura pode incentivar as federações a criarem ou a fortalecer os campeonatos nacionais femininos já existentes, multiplicando as oportunidades para novas jovens jogadoras. Esse efeito multiplicador já se observa em países como o Marrocos e a África do Sul, onde o crescimento do futebol feminino coincide com investimentos locais.

O CAN Feminino 2026 poderá ser um divisor de águas no futebol africano. Ao ampliar o torneio, a CAF dá um sinal político e social: o futebol feminino é uma prioridade estratégica. Mais do que um campeonato, a competição torna-se uma plataforma de inclusão, inspiração e transformação cultural.

O impacto também vai além do desporto. Ao promover a igualdade de género e o reconhecimento das atletas africanas como protagonistas, o torneio pode gerar mudanças sociais e políticas. O futebol feminino passa a ser visto não apenas como um mero entretenimento, mas sim como um espaço de afirmação para as mulheres em África.

E é preciso não esquecer que o CAN Feminino de 2026 também permite a qualificação para o Mundial Feminino de 2027. As quatro melhores selecções garantirão vaga directa, enquanto outras duas disputarão play-offs internacionais. Este detalhe acrescenta maior peso competitivo ao CAN, tornando-o um trampolim para a afirmação de África no panorama mundial.


Perspectiva Africana


O crescimento do futebol feminino africano não surge isolado: é parte de um movimento mundial. Ao aumentar a dimensão do CAN, a CAF alinha-se com a FIFA e outras confederações que apostam em ampliar a participação feminina.

África é um continente com talentos que já são reconhecidos, como Asisat Oshoala, de Nigéria, ou Thembi Kgatlana, da África do Sul, mas o potencial vai muito além para lá das selecções e jogadoras “tradicionais”. Com mais países a participar, haverá espaço para surgirem novas estrelas. A médio prazo, esta diversidade pode traduzir-se em selecções mais competitivas nos Mundiais.

A escolha de Marrocos como sede permanente até 2026 reflecte uma clara confiança organizacional, mas levanta muitos debates sobre justiça e equidade. A rotatividade poderia levar a que países menos preparados ganhassem experiência e que os investimentos em infra-estruturas fossem mais distribuídos pelo continente.

“Estou satisfeito com o progresso que fizemos no futebol feminino africano”.

“Posso garantir que o futebol feminino continuará a melhorar porque essa é uma área em que nos estamos a focar com afinco”.

Afirmou o presidente da CAF, Patrice Motsepe.


Conclusão


A decisão da CAF de expandir o Campeonato Africano das Nações Feminino para 16 selecções em 2026 é mais do que uma alteração de formato: é uma aposta estratégica na transformação do futebol feminino africano. Os desafios são claros — desigualdade competitiva, custos logísticos, necessidade de infra-estruturas — mas os benefícios potenciais superam-nos largamente.

Se bem gerido, o novo CAN Feminino 2026, poderá democratizar o acesso, revelar novas estrelas, consolidar potências e impulsionar programas nacionais de desenvolvimento. Será também um reflexo social e político: o reconhecimento das mulheres africanas como protagonistas no desporto e na sociedade.

O futuro do futebol feminino africano nunca pareceu tão promissor. 2026 poderá ser lembrado como o ano em que África deu um salto definitivo para a afirmação mundial.

 


O que pensas desta expansão do CAN Feminino para 16 selecções?  Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.


 

Imagem: © 2025 CAF
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