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ToggleCalor Extremo De Julho Provocou Danos Graves
O calor extremo de Julho provocou “impactos devastadores” em centenas de milhões de pessoas, tendo-se registado o dia mais quente no mundo desde que há registos, destacou hoje a Organização Meteorológica Mundial (OMM).
Num balanço sobre as temperaturas do mês passado divulgado hoje que ainda não conclui se Julho foi o mês mais quente de sempre (as temperaturas médias globais durante 13 meses consecutivos, até Junho de 2024, foram todas recordes), a OMM avisa que os dados de Julho são mais uma indicação de como os gases com efeito de estufa provenientes das actividades humanas estão a alterar o clima.
E sublinham também a urgência do apelo à ação sobre o calor extremo lançado pelo secretário-geral da ONU, António Guterres.
“Ondas de calor generalizadas, intensas e prolongadas atingiram todos os continentes no ano passado”.
“Pelo menos dez países registaram temperaturas diárias superiores a 50° C (graus celsius) em mais do que um local”.
“Isto está a tornar-se demasiado quente para se aguentar”.
Afirmou a secretária-geral da OMM, Celeste Saulo que acrescentou que a organização da ONU está empenhada em responder ao apelo à ação de António Guterres, com melhores alertas precoces e planos de ação para a saúde devido ao calor, acrescentou.
Alertas para 57 países podem salvar quase 100.000 vidas por ano, estima a OMM.
“A adaptação às alterações climáticas, por si só, não é suficiente”.
“Temos de atacar as causas profundas e levar a sério a redução dos níveis recorde de emissões de gases com efeito de estufa”.
Afirmou Celeste Saulo citada no comunicado. Sobre o mês passado, a OMM recorda que globalmente o dia 22 foi o mais quente e o dia 23 foi praticamente um empate neste calor extremo.
Ainda que a variabilidade climática natural possa ter um papel importante, anomalias de temperatura tão elevadas, como superiores a 10.ºC na Antártida, são invulgares, realça a organização.
Por regiões, na Ásia, em Julho, o Japão e a China tiveram a temperatura média mensal mais elevada de sempre, a Índia teve o segundo mês de Julho mais quente de que há registo e, o Paquistão e o Irão, sofreram ondas de calor repetidas.
Em África, Marrocos suportou duas vagas de calor consecutivas e na Europa muitas zonas dos Balcãs e do Mediterrâneo, incluindo Portugal, também sofreram ondas de calor prolongadas. A vaga de calor extremo que atingiu vários países, não teria ocorrido sem as alterações climáticas induzidas pelo homem, segundo um estudo científico, citado pela OMM.
Vários países, incluindo a Grécia, a Hungria, a Eslovénia, a Croácia e a Bulgária, registaram o mês de Julho mais quente de que há registo. Nos últimos quatro anos, a Grécia registou três dos quatro meses de Julho mais quentes dos últimos 80 anos, pelo menos.
Na América do Norte, os Estados Unidos da América, também não escaparam a recordes de temperatura (mais de 80 recordes) e, na América do Sul, onde é agora inverno, alguns países registaram temperaturas mais típicas de verão, acima dos 30 e 35ºC em partes da Bolívia, Paraguai, sul do Brasil, Uruguai e norte da Argentina.
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Imagem: © DR