Cahora Bassa Avança Com Projecto Sustentável
O Presidente moçambicano, Daniel Chapo, lançou hoje um projecto integrado de desenvolvimento sustentável na vila de Chitima, iniciativa que visa promover a produção de alimentos e que é financiada pela Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB), centro de Moçambique.
“Trata-se um projecto que vai transformar a vila de Chitima”.
“Queremos avaliar o nível de funcionamento e gestão para que, no futuro, consigamos replicar o projecto em outros distritos”.
Disse Daniel Chapo, à margem de um evento que celebra os 50 anos da HCB, no Songo, província de Tete. O projecto inclui a instalação de uma central fotovoltaica com capacidade de produção de 4,8 Mega Watts (MW) de energia para as comunidades locais, pretende fomentar a produção e processamento de alimentos, com destaque para o milho, hortícolas e frango.
As obras do projecto, instalado na vila de Chitima, a 139 quilómetros da cidade de Tete, já estão em fase avançada, empregando, segundo o chefe de Estado moçambicano, perto de 800 jovens das comunidades locais.
“Tomámos conhecimento que na vila de Chitima temos problemas sérios de água”.
“Por isso, este projecto prevê furos de água e um centro de tratamento para resolver de uma vez por todas os problemas de água em Chitima”, declarou.
Além deste projeto, a HCB anunciou hoje a doação 3.000 carteiras escolares para as escolas do distrito de Cahora Bassa e a construção de um hospital em Chitima, no âmbito da celebração dos 50 anos da empresa moçambicana, uma das maiores produtoras de electricidade em África.
No mesmo contexto, a HCB também financiou a construção de uma estrada entre a vila de Chitima e a vila de Songo, onde está instalada, num troço de mais de 40 quilómetros.
A HCB é detida em 85% pela empresa estatal moçambicana, Companhia Eléctrica do Zambeze (CEZ) e pela empresa portuguesa, Redes Energéticas Nacionais (REN) em 7,5%, possuindo a empresa 3,5% de acções próprias, enquanto os restantes 4% estão nas mãos de cidadãos, empresas e instituições moçambicanas.
A albufeira de Cahora Bassa é a quarta maior de África, com uma extensão máxima de 270 quilómetros em comprimento e 30 quilómetros entre margens, ocupando 2.700 quilómetros quadrados e uma profundidade média de 26 metros, contando com quase 800 trabalhadores, sendo uma das maiores produtoras de electricidade na região austral africana, abastecendo os países vizinhos.
Segundo dados oficiais, desde 2007, a HCB já pagou 1.588 milhões de euros ao Estado moçambicano. Apesar destes resultados, a HCB tem admitido desafios na produção e comercialização da electricidade face aos baixos níveis de precipitação, culminando com reduzidos níveis de armazenamento das águas.
A barragem de Cahora Bassa está instalada numa estreita garganta do rio Zambeze e a sua construção decorreu de 1969 a 01 de Junho de 1974, durante o período colonial português, seguindo-se o enchimento da albufeira. A operação comercial teve início em 1977, com a transmissão dos primeiros 960 MW, produzidos por três geradores, face à actual capacidade instalada de 2.075 MW.
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Imagem: © 2017 DR