Guiné-Bissau Não É Notícia Só Por Maus Motivos
O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que o país ganhou uma nova visibilidade internacional e deixou de ser só notícia por maus motivos. Num discurso à nação, gravado, para assinalar o Dia da Independência, o chefe de Estado falou de um país antes de 2020 e depois de ter sido eleito Presidente da República.
“O que era a Guiné-Bissau, no mundo, até o ano de 2020? A resposta é muito simples. Até 2020 a Guiné-Bissau ainda era considerada um país em crise política permanente que só era notícia por maus motivos. Um país sem rumo”, observou.
Romper com este legado passou por reposicionar a Guiné-Bissau no contexto internacional, na ótica do chefe de Estado que entende que cinco anos depois, o balanço não deixa nenhumas dúvidas.
“Vencemos essa aposta. A nossa presença internacional é hoje, mais do nunca, reconhecida e valorizada”
Afirmou Embaló, enumerando os sucessos diplomáticos que levaram o país à presidência da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da Comunidade de Países de Língua Portuguesa (CPLP), da Aliança dos Líderes Africanos Contra a Málaria (ALMA) e da OMVG, a organização para a Valorização do Rio Gâmbia.
Este projeto mudou o panorama energético do país que deixou de depender de um barco para ter eletricidade. Com a instalação do novo sistema elétrico nacional e a consequente eletrificação do país, é toda a vida económica, social e cultural nas cidades e nas comunidades periféricas que vai beneficiar dos efeitos de poder aceder à eletricidade permanente e mais barata.
O Presidente da Guiné-Bissau falou ainda da construção de estradas pelas regiões, com a promessa de que vai continuar e da melhoria do transporte marítimo, nomeadamente com o navio Centenário de Amílcar Cabral oferecido por Portugal.
Lembrou ainda que estão a terminar as obras de renovação do Aeroporto e que um novo grande hospital está em construção no espaço, outrora, do antigo Hospital Militar, entre outros projetos.
Embaló referiu-se à falência dos sucessivos governos centrais das últimas décadas para com o poder local na Guiné-Bissau, considerando que a falta de um poder local legitimado por eleições diretas levou à degradação das cidades do país.
O Presidente deu o exemplo da capital, Bissau que com as obras de requalificação da cidade, voltou a constituir um motivo de orgulho para todos os guineenses. Outras duas importantes cidades do interior, Bafatá e Gabú, beneficiaram de obras de requalificação urbana e o chefe de Estado garante que é um processo que não vai parar.
Neste 24 de Setembro em que se completam 52 anos da independência da Guiné-Bissau, o Presidente da República falou a todos os guineenses – homens, mulheres e jovens – residentes no país, mas também aos que vivem e trabalham no estrangeiro e que constituem a diáspora guineense espalhada pelo mundo.
“A todos vós, vai o abraço do Presidente da República. Um abraço de solidariedade, inspirado por sentimentos enraizados numa pertença comum, nos valores que juntos comungamos e que fazem de nós um só povo, uma nação”, declarou.
A finalizar referiu que para consolidar o estado de direito democrático, é preciso investir mais na saúde, na educação, na justiça, combater o crime organizado e a corrupção, mas acima de tudo, apostar na juventude, na realização do seu potencial e promover mais a cultura e o desporto. É preciso investir mais nas pessoas, na mulher, na juventude e nas crianças.
No final do discurso, Embaló lembrou ainda que 2025 é um ano eleitoral, com eleições gerais, presidenciais e legislativas, marcadas para 23 de Novembro e nas quais se recandidata à presidência da República. O desfecho destas duas eleições vai ser, para o Presidente, determinante para continuar, alargar e intensificar toda uma dinâmica de sucesso, já desencadeada desde o ano de 2020.
Imagem: © 2025 Toms Kalnins / EPA
