Comité Olímpico Guineense: Polémica Nas Eleições
O presidente cessante do Comité Olímpico guineense, Sérgio Mané, recebeu uma carta da ACNOA, a encorajar as partes a trabalharem em conjunto para que as eleições, interrompidas pelo Governo no passado dia 05 de Julho, tenham lugar no mais curto espaço de tempo possível.
Por ordens das autoridades, um contingente da Polícia de Ordem Pública (POP) entrou nas instalações do Comité Olímpico guineense, obrigando à interrupção do acto eleitoral que deveria opor Eugénio de Oliveira Lopes, secretário-geral da direcção cessante a Fernando Arlete, antigo atleta olímpico.
“Fomos informados de uma situação preocupante do vosso Comité Olímpico Nacional na sequência da interrupção da vossa Assembleia-Geral eleitoral que estava prevista para o dia 05 de Julho de 2025, por decisão das autoridades governamentais”, lê-se na nota da ACNOA.
No documento dirigido a Sérgio Mané, a organização olímpica africana considera “lamentável e uma manifesta ingerência das autoridades, o que é contrária à Carta Olímpica e o princípio fundamental do Movimento Olímpico que se baseia na autonomia”.
Fontes ligadas ao processo adiantaram que desde o dia 05 de Julho que elementos da POP permanecem nas instalações do Comité Olímpico guineense.
A ACNOA faz saber que teve conhecimento de “conversações positivas e construtivas” em curso entre as autoridades, a fim de “rectificar rapidamente” a situação, mas encoraja o Comité Olímpico guineense, a “tudo fazer” para que as eleições quadrienais tenham lugar nos próximos tempos, “sem qualquer tipo de ingerência”.
Na nota, a ACNOA pediu de forma insistente ao Comité Olímpico guineense que permita que todas as federações participem na assembleia geral eleitoral, desde que tenham sido reconhecidas pelas respectivas federações internacionais da modalidade.
Devem participar nas eleições 14 federações, nomeadamente do atletismo, andebol, basquetebol, luta, canoagem, judo, ténis, voleibol, ténis de mesa, ciclismo, desportos aquáticos, futebol, taekwondo e desportos de Inverno.
As fontes ligadas ao processo eleitoral explicaram que uma das partes se queixou ao Governo da possibilidade de algumas federações, cujas direcções estão caducas, ou cujas modalidades não são praticadas no país, possam participar no processo eleitoral, o que consideram ilegal.
Imagem: © 2020 Franck Robichon