Escândalo na cimeira da União Africana
Hoje dia 18 de Fevereiro de 2023, uma delegação israelita participou na cerimónia de abertura da cimeira da União Africana (UA) na Etiópia, no entanto, segundo o Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel, a mesma foi expulsa.
O caso
O Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel denunciou que uma delegação israelita foi expulsa da cerimónia de abertura da cimeira da União Africana (UA) na Etiópia, acusando o Irão, a África do Sul e a Argélia pelo incidente.
A subdiretora geral do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel para a África, Sharon Bar-Li, foi vista, num vídeo divulgado pela imprensa, a sair do complexo onde decorre a cimeira em Adis Abeba, escoltada por vários guardas, depois de uma discussão com os mesmos.
“Israel leva a sério o incidente em que a enviada para a África, Sharon Bar-Li, foi expulsa da cimeira da União Africana, apesar do seu estatuto de observadora, acreditada e com acesso”.
Sublinhou um porta-voz do ministério israelita, num comunicado divulgado hoje.
“É lamentável ver que a União Africana foi tomada como refém por um pequeno número de países extremistas como a Argélia e a África do Sul, movidos pelo ódio e controlados pelo Irão”.
Acrescentou o porta-voz do ministério israelita, instando os países africanos a oporem-se a estas ações.
A delegação israelita possuía estatuto de observadora acreditada para participar na cimeira e com acesso legalizado e oficial.
O Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita, num comunicado, condenou veemente a expulsão, afirmando que a União Africana foi tomada como refém por um pequeno número de países extremistas, movidos pelo ódio, instando os países africanos a oporem-se a estas ações.
As reacções
O secretário-geral da Liga Árabe, Ahmed Aboul Gheit, agradeceu hoje, na cimeira, o apoio da União Africana à causa palestiniana e:
“Aos direitos legítimos do povo palestiniano de acabar com a ocupação israelita e estabelecer o seu Estado independente”.
Avançou a agência oficial de notícias palestiniana WAFA.
A Autoridade Palestiniana pediu repetidamente aos líderes africanos que retirem a acreditação de Israel na União Africana, denunciando um “regime de apartheid” nos territórios palestinianos ocupados desde 1967.
Israel
Israel ganhou o estatuto de observador da União Africana em 2021, depois de décadas de esforços diplomáticos, o que provocou protestos de vários membros do bloco de 55 países, incluindo da África do Sul e da Argélia, que alegam que isso contradiz o princípio da União Africana de apoiar os palestinianos.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, quer fortalecer as relações do seu país com os países de África, tendo, recentemente, inaugurado a primeira embaixada do Chade.
Conclusão
A presença de Israel em países africanos tem sido alvo de controvérsia nos últimos anos, com críticas a acordos comerciais e militares entre Israel e países africanos e apelos à solidariedade com a causa palestina.
O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, tem tentado fortalecer as relações do seu país com países africanos, mas enfrenta resistência em alguns casos.
O comunicado emitido pelo Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel mostra a sua insatisfação com a situação e faz acusações ao Irão, que é um aliado dos países africanos que se opõem à presença de Israel na União Africana.
Como tal, a expulsão da delegação israelita da cimeira da UA é um episódio que ilustra a tensão entre Israel e alguns países africanos e, no futuro, pode ter consequências graves nas relações entre Israel e a União Africana.
O que achas deste escândalo? A União Africana, deve continuar a pactuar com esta situação? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
Imagem: © José Sena Goulão