Burkina Fasso, Guiné e Mali querem voltar à UA.
Burkina Fasso, Guiné-Conacri e Mali, realizaram uma cimeira em Ouagadougou, onde acordaram unir esforços para tentar a reintegração na União Africana (UA) e à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).
Após a cimeira, realizada na capital do Burkina Fasso, divulgaram um comunicado conjunto onde os três países afirmam:
“Coordenámos esforços e vamos levar a cabo iniciativas comuns para a retirada das medidas de suspensão e outras restrições”.
Onde estão incluídas as sanções económicas impostas contra os três Estados que sofreram golpes de Estado.
O comunicado
No comunicado conjunto, os representantes dos 3 países, Burkina Fasso, Guiné-Conacri e Mali referem que as medidas da UA e da CEDEAO, afetam populações já fortemente abaladas pela insegurança e instabilidade política e privam ambas as organizações do contributo necessário dos três países, para vencer os grandes desafios.
Os ministros sublinham que as actuais medidas, representam um ataque à solidariedade sub-regional africana, o que representa o ponto essencial da integração e da cooperação regional e continental.
Nesse sentido, lamentam as sanções impostas, pois não levaram em conta as causas profundas e complexas das mudanças políticas, no que se refere à agitação social que antecedeu a vaga de protestos nestes países devido ao aumento da insegurança e ao aprofundamento da crise económica e social.
“As decisões da suspensão, impedem a participação destes países nos órgãos da CEDEAO e da UA”.
“Em particular naqueles que abordam grandes desafios, como a segurança, questões humanitárias e desenvolvimento económico duradouro”.
Esclarece a declaração conjunta, assinada pelos três ministros do Burkina Fasso, Guiné-Conacri e do Mali.
As razões
Os chefes da diplomacia do Burkina Fasso, Guiné-Conacri e Mali, reafirmaram o seu compromisso com os objetivos e princípios da CEDEAO e da UA.
Mas esses princípios, tem que responder às aspirações das populações dos três países, incluindo programas para o desenvolvimento do comércio, transportes, obtenção de necessidades, transformação profissional, desenvolvimento rural, mineração, cultura, artes e luta contra a insegurança.
O Mali foi palco de dois Golpes de Estado, em Agosto de 2020 e em Maio de 2021, especialmente devido ao aumento da insegurança, caso semelhante ao do Burkina Fasso, que sofreu um Golpe de Estado em Janeiro de 2022, seguido de um outro em Outubro para derrubar o então líder da junta militar.
No caso da Guiné-Conacri, o Golpe de Estado de Setembro de 2021 surge na sequência de um aumento da agitação popular e das críticas da oposição contra o então presidente, Alpha Condé, após este ter obtido um terceiro mandato, apesar de a Constituição limitar os mandatos a dois.
Conclusão
Burkina Fasso, Guiné-Conacri e Mali, sofreram Golpes de Estado num momento em que se pensava que a democracia africana estava a ficar mais madura e o recurso a tais acçõs se encontrava no passado.
Foram castigados por isso, já que África quer transmitir uma imagem diferente daquela que tem tido nas últimas décadas, mas se analisarmos o que levou aos golpes, percebemos que estes países se encontravam sem alternativas, alternativas essas que deveriam ter surgido da parte, exatamente daqueles que os penalizaram.
Enquanto esta mentalidade tacanha, da grande maioria dos dirigentes africanos não desaparecer, África continuará a ser considerada um continente de 3ª.
O que achas desta posição do Burkina Fasso, Guiné-Conacri e do Mali? Não está já na hora de os africanos se entenderem entre si e pararem com estas disputas mesquinhas? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
Imagem: © News 360