12.3 C
Londres
Quarta-feira, Março 5, 2025

Guiné-Bissau: Parlamento Exige Diálogo

A Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP) da Guiné-Bissau apelou ao diálogo “sem prepotência” para resolver a crise política entre o Presidente Umaro Sissoco Embaló e a oposição.

Guiné-Bissau: Parlamento Exige Diálogo


A crise política na Guiné-Bissau atinge novo patamar com o fim simbólico do mandato presidencial de Umaro Sissoco Embaló, contestado pela oposição. O parlamento dissolvido em Dezembro de 2023 mantém-se como epicentro do impasse, enquanto a CEDEAO procura evitar um colapso institucional.

Fernando Dias da Costa, primeiro vice-presidente da ANP, criticou a “prepotência das autoridades” após reunião com mediadores regionais. “O diálogo deve incluir todas as forças vivas, sem arrogância”, declarou, referindo-se à presença massiva de segurança nas ruas de Bissau.

A oposição, liderada pela coligação PAI-Terra Ranka, exige eleições até Maio e acusa Embaló de governar “por decreto”. A ANP, entretanto, permanece inoperante, agravando a disfunção judicial e a corrupção. A CEDEAO, que mediou crises no Mali e no Burkina Fasso, enfrenta o desafio de reconciliar as partes irreconciliáveis.

“A comunidade internacional não pode ser passiva”, alertou um diplomata em Bissau.


A Crise Institucional


A crise institucional na Guiné-Bissau, começou em Dezembro de 2023, quando Umaro Sissoco Embaló dissolveu o parlamento e demitiu o Governo da Terra Ranka. A justificação de “grave crise institucional” foi rejeitada pela oposição, que classificou o acto como “golpe parlamentar”.

Domingos Simões Pereira, líder da ANP dissolvida, denunciou: “Embaló governa por decreto, ignorando a vontade popular”. A medida, considerada inconstitucional, deixou o país sem órgão legislativo há sete meses.

O Presidente insiste que o seu mandato termina apenas em Setembro, alegando uma interpretação controversa do calendário judicial de 2019. A oposição afirma que “o prazo constitucional expirou hoje”, exigindo eleições imediatas. A CEDEAO propõe eleições presidenciais e legislativas para 30 de Novembro. Nuno Nabiam, coordenador da Aliança Patriótica Inclusiva (API), contrapõe:

“Sem instituições credíveis, não há eleições livres”.

As ruas de Bissau foram ocupadas por forças de segurança nesta quarta-feira, dia em que a oposição marca o fim do mandato de Embaló. “Esta prepotência só aumenta a tensão”, criticou Dias da Costa, apelando ao desarmamento simbólico das autoridades.

A ANP dissolvida sugere que a Comissão Permanente lidere negociações inclusivas. “Seria um diálogo com sociedade civil e partidos”, explicou o jurista, destacando a necessidade de resolver a vacatura na CNE e no Supremo Tribunal. Entretanto, a missão da CEDEAO, chefiada por Bagudu Hirse, reuniu-se com Embaló e com os líderes opositores.

“A região não tolerará instabilidade”, advertiu um mediador, sob anonimato.


Conclusão


A Guiné-Bissau caminha para o abismo político, com as instituições paralisadas e um Presidente acusado de governar à margem da lei. A CEDEAO, apesar dos esforços, ainda não conseguiu aproximar as partes, enquanto a população sofre com a disfunção judicial e a corrupção endémica. Sem eleições credíveis ou reformas institucionais, o risco de colapso permanece.

“O silêncio internacional é cúmplice”, lamentou um activista em Bissau.

 


O que pensas do papel da CEDEAO nesta crise na Guiné-Bissau? Queremos saber a tua opinião. Não hesites em comentar. E se gostaste do artigo, partilha e dá um ‘like/gosto’.

 

Imagem: © 2024 DR
Logo Mais Afrika 544
Mais Afrika

Olá 👋
É um prazer conhecermo-nos.

Regista-te para receberes a nossa Newsletter no teu e-mail.

Não enviamos spam! Lê a nossa política de privacidade para mais informações.

Ultimas Notícias
Noticias Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leave the field below empty!

Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

error: Content is protected !!