O Carnaval de Calabar, é um ponto alto da cultura nigeriana e iniciou-se hoje sábado 27 de Dezembro de 2024, arrancando com o “Carnaval Júnior” e com um desfile de bandas, numa marcha de 12 quilómetros. O mês de festejos que se iniciou no dia 1, com a inauguração da iluminação da árvore de Natal no Millennium Park, em Calabar, termina na segunda-feira, dia 30, com uma “Festa de Rua”.

Conhecido como “A Maior Festa De Rua De África”, é um evento emblemático no estado de Cross River, tem como tema este ano a “Prosperidade Partilhada” e emergiu como uma fonte de orgulho para a Nigéria no domínio do turismo durante as férias anuais de Natal e, da hospitalidade e identidade cultural nigeriana, impulsionado significativamente a economia local desde a sua criação em 2004.

Ao longo de 18 edições, o Carnaval de Calabar cresceu em popularidade e dimensão, transformando-se num dos eventos culturais mais aguardados do continente. A visão original de Donald Duke, o então governador de Cross River, era posicionar o estado como um centro de turismo e cultura em África e tal sonho foi materializado através deste festival.

A celebração alem de ser um desfile de cor, música e criatividade, é também uma plataforma onde se explora a rica herança africana por meio de danças tradicionais, dramatizações culturais e apresentações artísticas. As ruas de Calabar, por esta altura, transformam-se num palco vivo, atraindo tanto nigerianos como turistas internacionais.

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O Carnaval de Calabar distingue-se pelo equilíbrio entre a celebração das tradições africanas e a introdução de elementos modernos. A herança cultural é evidenciada nos desfiles de carros alegóricos e nas fantasias elaboradas, ricas em simbolismos que remetem à história e às crenças locais.

Anualmente, o evento é guiado por um tema central que dita o tom das apresentações. Temas como “Mudança Climática” (2015 e 2016), “Migração” (2017) e “Prosperidade Partilhada” (2023) reflectem a diversidade cultural e as preocupações sociais e ambientais de relevância mundial. Estes temas têm inspirado as bandas a apresentarem performances que combinam entretenimento com mensagens educativas.

As bandas competitivas, como Seagull, Passion 4, Masta Blasta, Bayside e Freedom, são o coração pulsante do evento. Cada grupo oferece um espectáculo único, misturando coreografias criativas com trajes majestosos, numa competição amigável que eleva a qualidade e a energia do Carnaval.

Além disso, o Carnaval de Calabar não se limita aos desfiles. Nos últimos anos, foram introduzidas novas actividades, como o concurso Miss África (desde 2016) e o desfile de moda. Estas iniciativas permitem ampliar a diversidade do evento, atraindo públicos distintos, consolidando o estatuto do Carnaval como um festival multifacetado.

Outro destaque do evento é a integração da tecnologia. A aplicação móvel “My Cross River” permite que a diáspora e outros interessados acompanhem as festividades em tempo real, um passo inovador que aproxima os espectadores da experiência cultural de Calabar.

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O impacto económico do Carnaval de Calabar é inegável. Desde 2004, o festival tem sido um motor económico para o estado de Cross River, atraindo milhares de turistas que contribuem para o crescimento do sector hoteleiro, do comércio local e de outras indústrias.

Embora a Nigéria enfrente desafios económicos graves, incluindo uma inflação histórica de 33,95% em 2023, o Carnaval de Calabar continua a ser uma fonte de esperança e optimismo.

“O evento transformou-se numa fonte de orgulho para a Nigéria, promovendo o turismo durante as férias de Natal e celebrando a hospitalidade local”.

Declarou Donald Duke, fundador do Carnaval, relembrando que, culturalmente, é um espelho da identidade africana. Através da dança, música e teatro, o evento reforça a ligação emocional das comunidades às suas raízes. Mais do que um espectáculo, o Carnaval de Calabar é uma manifestação vibrante da resistência cultural de África, face à modernização mundial.

Por outro lado, o festival também tem enfrentado críticas, especialmente no que diz respeito à sua sustentabilidade financeira e ao impacto ambiental. No entanto, com temas como “Carnaval Verde” (2015 e 2016), as organizações têm demonstrado empenho em promover práticas sustentáveis.