16.4 C
Londres
Domingo, Setembro 14, 2025

Mundial de Atletismo: O Que Esperar de África

O desporto africano tem sido, ao longo das últimas décadas, palco de conquistas que marcaram a história do atletismo mundial. Em cada campeonato, são os corredores de fundo, os velocistas explosivos, os saltadores e as estrelas emergentes do continente que desafiam as probabilidades e elevam o nome de África além-fronteiras. Neste Campeonato Mundial de Atletismo de 2025 estamos todos na expectativa. Será que vão cair novos recordes e nascer novas lendas?

Mundial de Atletismo: O Que Esperar de África


Inscreveram-se para o Campeonato Mundial de Atletismo de 2025, em Tóquio, no Japão que teve início a 13 Setembro e vai decorrer até ao dia 21, mais de 2.200 atletas oriundos de todas as partes do mundo. Trata-se de uma das maiores edições de sempre o que promete emoções fortes e desempenhos históricos.

Para África, este Mundial representa a oportunidade de confirmar a sua hegemonia em diversas modalidades e de projectar no panorama internacional os novos talentos que surgem no continente.

Entre os milhares de participantes, uma lista de atletas africanos de grande relevo encontra-se em Tóquio há procura da glória, trazendo consigo histórias de superação, resistência e ambição que reflectem a alma desportiva africana.

Desde campeões consagrados que defendem títulos e recordes até jovens prodígios determinados a escrever o seu nome na história. Mais Afrika, sempre acompanhou o desporto africano com interesse, por isso vamos destacar alguns dos atletas africanos que vale a pena acompanhar neste Campeonato Mundial de Atletismo.


Prudence Sekgodiso (África do Sul, 800m)


(20250914) Mundial de Atletismo O Que Esperar de África
Imagem: © 2025 Li Bo / Xinhua via AFP

Sekgodiso está em alta depois de se tornar campeã mundial indoor em Nanquim este ano – e agora pretende quebrar o recorde mundial mais antigo do atletismo.

A jovem de 23 anos quer primeiro superar o recorde nacional de Caster Semenya de 1 minuto e 54,25 segundos que é o quarto tempo oficial mais rápido da história. Mas também tem como meta o tempo de 1:53,28 da corredora checa Jarmila Kratochvilova, um recorde que permanece imbatível desde 1983.

“Ainda sou jovem e o jogo está a mudar”.

“Só preciso acreditar, saber o que quero e treinar duro para isso”.

“É possível, mas é uma meta de longo prazo para mim”.

Disse ela, numa entrevista recente.


Letsile Tebogo (Botswana, 100m e 200m)


(20250914) Mundial de Atletismo O Que Esperar de África
Imagem: © 2025 Cameron Spencer via Getty Images

A vitória de Tebogo nos 200 metros nos Jogos Olímpicos de Paris, fez história para o seu país e consolidou o atleta de 22 anos como uma estrela mundial.
O rival americano Noah Lyles terminou em terceiro na corrida depois de ter tido um teste positivo ao Covid-19, o que provavelmente o enfraqueceu.

Noah Lyles, vingou-se na final da Diamond League no mês passado, quando veio de trás para ultrapassar Tebogo antes da meta. O atleta do Botswana pelo seu turno, teve uma temporada irregular, lutando contra uma lesão recorrente no tendão, no entanto acredita que pode melhorar apesar de ter sido superado por Lyles por 0,02 segundos em Zurique.

“Esse não é o meu verdadeiro potencial agora”.

“Sinto que ainda há muito mais no tanque que as pessoas precisam de ver”.

“Considero isso uma grande motivação”.

No último Mundial, em Budapeste, Tebogo conquistou a prata nos 200 metros e o bronze nos 100 metros e competirá novamente nas duas provas neste mundial.


Faith Kipyegon (Quénia, 1500m e 5.000m)


(20250914) Mundial de Atletismo O Que Esperar de África
Imagem: © 2025 Maja Hitij via Getty Images

A atleta de 31 anos é a menina de ouro do atletismo queniano, tendo sido três vezes medalhista de ouro olímpica nos 1500 metros e quatro vezes campeã mundial.
Kipyegon pode ter falhado na sua tentativa de quebrar a barreira dos quatro minutos na milha no início deste ano, mas dias depois bateu o seu próprio recorde mundial nos 1500 metros.

Ela defende os seus títulos mundiais nessa distância e nos 5.000 metros e procurará fazer história, já que nenhuma atleta conquistou o ouro em ambas as distâncias em mais de um Campeonato Mundial.

“É tudo uma questão de mentalização e também de preparação e paciência”.

“Resume-se tudo ao que se quer alcançar para que a próxima geração possa admirar”.

Afirmou Faith Kipyegon.


Beatrice Chebet (Quénia, 5.000m e 10.000m)


(20250914) Mundial de Atletismo O Que Esperar de África
Imagem: © 2025 Paolo Bruno via Getty Images

A atleta de 25 anos completou a dobradinha olímpica nos 5.000 metros e 10.000 metros em Paris no ano passado e também detém os dois recordes mundiais.
Ela tornou-se a primeira mulher a baixar da marca dos 14 minutos na distância mais curta em Eugene (EUA), em Julho.

Mas Chebet nunca alcançou o topo do pódio no Campeonato Mundial, com uma prata nos 5.000 metros no Oregon (EUA), em 2022 e depois um bronze no mesmo evento em Budapeste (Hungria) há dois anos.

Ela enfrentará uma competição acirrada em ambas as provas, com a etíope Gudaf Tsegay a ser a antiga recordista mundial dos 5.000 metros e campeã mundial em título dos 10.000 metros.


Hugues Fabrice Zango (Burkina Fasso, triplo salto)


(20250914) Mundial de Atletismo O Que Esperar de África
Imagem: © 2025 Cameron Spencer via Getty Images

O atleta de 32 anos tem lutado para repetir a conquista da medalha de ouro em Budapeste (Hungria), há dois anos, quando triunfou com um salto de 17,64 metros.

Zango tornou-se o primeiro medalhista olímpico do seu país nos Jogos de Tóquio 2020 que foram adiados, ao conquistar o bronze, mas terminou em quinto lugar nos Jogos de Paris no ano passado.

No entanto, ele conquistou a medalha de bronze no Mundial Indoor em Nanquim (China), no início deste ano. Será que ele conseguirá um último grande resultado, com especulações de que tentará reformar-se depois deste Campeonato Mundial?


Soufiane El Bakkali (Marrocos, 3.000 m obstáculos)


(20250914) Mundial de Atletismo O Que Esperar de África
Imagem: © 2021 Matthias Hangst via Getty Images

Actual campeão mundial e olímpico na sua modalidade, o homem que quebrou o domínio do Quénia nas corridas de obstáculos reina agora supremo.
O atleta de 29 anos detém o melhor tempo mundial este ano, com 8 minutos e 0,7 segundos.

Isto é quase três segundos e meio mais lento do que o seu recorde pessoal, mas, após as vitórias em Eugene e Budapeste, um hat-trick de títulos mundiais está agora nos planos de El Bakkali.

O alemão Frederik Ruppert é o único homem que chegou a um segundo do melhor tempo do marroquino nesta temporada, mas o recordista mundial da Etiópia, Lamecha Girma que sofreu uma queda feia na final olímpica em Paris, também o deverá desafiar.


Outros Africanos a Seguir


(20250914) Mundial de Atletismo O Que Esperar de África
Imagem: © 2025 Yuici Yamazaki / AFP via Getty Images

Dois quenianos procuram obter títulos nas corridas de 800 metros. O jovem de 21 anos, de origem humilde, Emmanuel Wanyonyi, é o actual campeão olímpico masculino e tem o melhor tempo mundial deste ano, com 1:41.44.

A sua compatriota Mary Moraa, tem enfrentado dificuldades nesta temporada, mas a jovem de 25 anos espera contrariar a maré de azar com uma defesa bem-sucedida do seu título mundial, obtido em Budapeste.

Na maratona, a etíope Amane Beriso Shankule, é a actual campeã feminina, mas a atleta de 33 anos só conseguiu terminar em quinto lugar nos Jogos Olímpicos de Paris, vamos ver o que consegue neste mundial.

O jovem de 25 anos, Victor Kiplangat, do Uganda, enfrenta o desafio de manter o seu título mundial nas 26,2 milhas, depois de ter feito apenas uma aparição este ano, na Maratona de Boston de Abril onde terminou em 13.º, onde vai enfrentar o jovem etíope de 23 anos, Tadese Takele que tem o tempo mais rápido deste ano, com duas horas, três minutos e 23 segundos, obtidos em Março.


Conclusão


Este Campeonato Mundial de Atletismo de 2025 promete ser uma montra de talento africano, em que veteranos e novos atletas emergentes disputarão além das medalhas, a afirmação de África como potência mundial da modalidade.

Os próximos dias em Tóquio revelarão se nomes como Kipyegon, Chebet, Tebogo ou El Bakkali consolidam a sua lenda ou se novas figuras surpreenderão o mundo. Seja qual for o desfecho, uma certeza já existe: África continuará a escrever capítulos decisivos na história do atletismo mundial.

 


Achas que os atletas africanos se vão impor neste Mundial de Atletismo? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Imagem: © 2025 Getty Images
Logo Mais Afrika 544
Mais Afrika

Olá 👋
É um prazer conhecermo-nos.

Regista-te para receberes a nossa Newsletter no teu e-mail.

Não enviamos spam! Lê a nossa política de privacidade para mais informações.

Ultimas Notícias
Noticias Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leave the field below empty!

Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

error: Content is protected !!