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ToggleMNE Chinês De Volta A África No Inicio Do Ano
África recebe, pelo 35º ano consecutivo, a primeira viagem do ano do Ministro dos Negócios Estrangeiros (MNE) chinês, Wang Yi, consolidando uma tradição que reforça as relações entre o continente e a China.
“É uma excelente tradição que visa aprofundar a cooperação prática em vários domínios e promover o desenvolvimento sustentado e profundo das relações China – África”, frisou a porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning.
Esta iniciativa, marcada para o período entre 5 e 11 de Janeiro de 2025, incluirá visitas à Namíbia, República do Congo, Chade e Nigéria, numa agenda que visa fortalecer a cooperação bilateral e implementar compromissos estratégicos assumidos no Fórum de Cooperação China-África.
A Visita Anual
Pelo 35º ano consecutivo, a China reafirma a sua prioridade estratégica em África, iniciando o calendário diplomático com uma visita do Ministro dos Negócios Estrangeiros, Wang Yi, ao continente. A agenda, já anunciada pela porta-voz da diplomacia chinesa, Mao Ning, reflete o peso crescente das relações sino-africanas.
Este ano, Wang Yi deslocar-se-á à Namíbia, República do Congo, Chade e Nigéria, países reconhecidos como parceiros estratégicos na cooperação com a China. A escolha dos destinos não é arbitrária; cada um destes países representa interesses específicos no quadro das iniciativas económicas e políticas promovidas por Pequim em África.
Esta visita surge como parte de um esforço coordenado, para implementar os resultados do último Fórum de Cooperação China-África, realizado em Setembro de 2024, em Pequim. Nessa ocasião, o Presidente chinês, Xi Jinping, anunciou um ambicioso pacote financeiro destinado ao desenvolvimento de África, consolidando a influência chinesa no continente.
Relações Sino-Africanas
Há já 15 anos que a China é o maior parceiro comercial de África, um estatuto cimentado por trocas comerciais que atingiram um recorde de 282,1 mil milhões de dólares em 2023. Este volume reflecte um crescimento sustentado e destaca a importância estratégica do continente para Pequim.
Durante a visita, Wang Yi pretende reforçar a implementação dos compromissos assumidos no Fórum de Cooperação China-África, incluindo o financiamento de 360 mil milhões de yuan, destinados ao desenvolvimento de infraestruturas, comércio e agricultura em África.
Mao Ning destacou que a viagem procura aprofundar a cooperação prática em vários domínios e promover o desenvolvimento sustentado e profundo das relações China-África.
As nações seleccionadas para a visita, como a Namíbia e a Nigéria, apresentam especificidades que vão ao encontro dos interesses estratégicos da China. A Namíbia, por exemplo, é uma porta de entrada para recursos minerais críticos, enquanto a Nigéria, a maior economia africana, representa um mercado crucial para investimentos em energia e infraestruturas.
Contudo, as críticas à estratégia chinesa não são novas. Analistas apontam o “armadilhamento pela dívida” como uma ferramenta usada por Pequim para expandir a sua influência. Apesar de contestada, esta narrativa não impediu que a China consolidasse a sua presença, financiando projectos essenciais em diversas áreas, incluindo transportes e energia renovável.
Impactos e Perspectivas Futuras
O impacto da política chinesa em África é visível nos indicadores económicos, mas também nos projectos de infraestruturas que transformam o panorama do continente. Entre as 30 iniciativas anunciadas no fórum, destacam-se projectos de grande escala como estradas, ferrovias e barragens.
A aposta no aumento das importações agrícolas africanas também merece destaque. Esta medida favorece as economias locais e equilibra parcialmente o défice comercial que persistiu durante anos. Em 2023, este défice atingiu os 64 mil milhões de dólares, mas registou melhorias no primeiro semestre de 2024 devido ao crescimento das importações chinesas.
Para os líderes africanos, a visita de Wang Yi representa uma oportunidade de renegociar acordos e garantir que os interesses locais sejam atendidos. Por outro lado, para a China, esta iniciativa reforça a sua imagem como um parceiro de desenvolvimento confiável, numa altura em que outras potências mundiais procuram também fortalecer laços com África.
Conclusão
A visita de Wang Yi a África em 2025 não é apenas simbólica; é uma reafirmação do compromisso estratégico da China com o continente. Num contexto mundial marcado por desafios económicos e disputas geopolíticas, a relação sino-africana destaca-se como um exemplo de cooperação que transcende interesses imediatos.
Embora existam críticas de “especialistas” externos ao continente, não se pode ignorar o impacto positivo das iniciativas chinesas no desenvolvimento de África. Projectos de infraestruturas, financiamentos e o crescente comércio são pilares que impulsionam o continente em direcção ao futuro.
Para 2025, as expectativas são elevadas, mas a história de 35 anos consecutivos de cooperação oferece um testemunho sólido da saúde destas relações. À medida que Wang Yi percorre os países seleccionados, o mundo observa atentamente, consciente de que esta parceria moldará não apenas o futuro de África, mas também o papel da China como potência mundial.
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Imagem: © 2022 fmprc.gov.cn