10.7 C
Londres
Sexta-feira, Dezembro 12, 2025

Guiné-Bissau: Conselho Nacional de Transição

Surpreendentemente, foi hoje criado um Conselho Nacional de Transição na Guiné-Bissau, pelos militares que tomaram o poder.

Guiné-Bissau: Conselho Nacional de Transição


O Alto Comando Militar da Guiné-Bissau depois de já ter nomeado o Presidente de Transição e se encontrar em funções um Governo de transição, anunciou hoje que decidiu instituir um “Conselho Nacional de Transição”, com competências de fiscalização dos restantes órgãos que a Constituição conferia ao parlamento.

Na resolução que está a ser divulgada nos órgãos de comunicação social guineenses, o Conselho é descrito como “órgão político de concertação e preparação dos instrumentos de transição, assim como de fiscalização política das actividades dos órgãos de poder de transição”.

No documento, o Alto Comando Militar para a Restauração da Segurança Nacional e Ordem pública justifica que se impõe criar as condições” para a transição que assume no país, depois de “consumada a alteração da ordem constitucional e adoptada uma Carta de Transição Política”.

Esta carta, explicita, substitui o título IV da Constituição da República da Guiné-Bissau, relativo à organização do poder político. Na nova organização, os militares mantêm a Presidência e o Governo, mas não a Assembleia Nacional Popular, até agora órgão de soberania nacional. Na resolução divulgada hoje, o Alto Comando Militar recorda que:

“A Guiné-Bissau conheceu várias transições ao longo dos últimos 40 anos, em consequência de sucessivas alterações inconstitucionais da ordem democrática”.

“Todas elas foram inconsequentes, na medida em que visaram apenas a realização de eleições, como se estas fossem a panaceia para a resolução dos graves problemas políticos com os quais o país e a sociedade estavam confrontados”.

Os militares entendem que foram muitos os recursos nacionais e internacionais desperdiçados, sem que as necessárias reformas fossem assumidas e realizadas, com responsabilidade, pela classe política e pelos parceiros que nelas os acompanharam.

Segundo os Militares, estando o país de novo perante uma situação política e social grave, em torno de um processo eleitoral envolto em ambiente de contestação e crispação que poderia ter degenerado para uma guerra civil de cariz étnico, as Forças Armadas foram novamente obrigadas a intervir, provocando uma nova alteração da ordem constitucional por via da força.

O Alto Comando Militar tomou o poder a 26 de Novembro de 2025, três dias depois das eleições gerais, presidenciais e legislativas e um dia antes da data anunciada para a divulgação dos resultados eleitorais.

Estas foram as primeiras eleições no país, sem o histórico partido da libertação, o PAIGC, excluído pelo tribunal e que decidiu apoiar o candidato independente Fernando Dias que reclamou vitória na primeira volta sobre o Presidente Umaro Sissoco Embaló que concorreu a um segundo mandato.

O Presidente foi deposto, o processo eleitoral suspenso e o golpe de Estado condenado a nível internacional com a Guiné-Bissau suspensa das principais organizações regionais, nomeadamente a CEDEAO (Comunidade Económica dos Países da África Ocidental) e da União Africana (UA).

A oposição tem alegado que não existiu nenhum Golpe de Estado e que o mesmo, foi uma encenação do Presidente Embaló por ter sido derrotado nas eleições. No entanto as evidencias provam o contrário. A ser verdade, por que razão teriam os militares expulso Embaló do país?

 

Imagem: © 2025 Paulo Cunha 
Lusa - Agência de Notícias de Portugal
Lusa

A Lusa, é a maior agência noticiosa do mundo, em língua portuguesa.

Lusa
Lusahttps://www.lusa.pt/
A Lusa, é a maior agência noticiosa do mundo, em língua portuguesa.
Ultimas Notícias
Noticias Relacionadas

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

Leave the field below empty!

Captcha verification failed!
Falha na pontuação do usuário captcha. Por favor, entre em contato conosco!

error: Content is protected !!