Angola: BAD Apoia Empreendedorismo Jovem
A recente iniciativa do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) em apoiar Angola na criação de um Banco de Empreendedorismo Juvenil traz uma lufada de ar fresco ao panorama do desenvolvimento económico do país.
Com uma população jovem em crescimento e um mercado de trabalho ainda limitado, a criação de uma entidade dedicada ao fomento do empreendedorismo e inovação pode transformar significativamente o futuro da juventude angolana.
O presidente do BAD, Akinwumi Adesina, destacou em várias ocasiões que esta medida visa, sobretudo, proporcionar oportunidades aos jovens, possibilitando-lhes criar startups e desenvolver empresas no setcor tecnológico e financeiro.
O objetivo final é elevar o padrão de vida das populações, sobretudo das camadas mais jovens, muitas vezes marginalizadas pelo desemprego e pela falta de oportunidades.
Banco de Empreendedorismo Juvenil
A juventude angolana enfrenta grandes desafios, com o desemprego a afectar uma percentagem significativa da população. A criação deste banco dedicado ao empreendedorismo surge como uma resposta directa a esta problemática.
A ideia não é apenas criar um banco tradicional, mas uma instituição que ofereça suporte, desde financiamento até orientação, para os jovens empreendedores que pretendem investir em áreas como a tecnologia financeira, startups digitais e outras iniciativas inovadoras.
Esta iniciativa oferece uma nova esperança a muitos jovens que até agora viam poucas oportunidades de crescimento profissional e pessoal. A capacidade de mobilizar recursos de forma autónoma, criar empregos e impulsionar a economia local são os pilares deste projeto que tem como foco o desenvolvimento sustentável.
O Compromisso do BAD
Além da criação do banco de empreendedorismo, o BAD tem reforçado o seu compromisso com o desenvolvimento de Angola em outras áreas estratégicas. Durante uma reunião com o Presidente João Lourenço, Adesina reafirmou o apoio ao governo angolano, com projetos que vão desde a agricultura até à energia.
Estes sectores são considerados cruciais para o desenvolvimento a longo prazo do país e a continuidade desse apoio pode ser o motor que Angola precisa para superar algumas das suas limitações económicas. No sector agrícola, por exemplo, o BAD tem promovido a produção de cereais, como o milho, trigo e arroz essenciais para a segurança alimentar do país.
Com um investimento adicional de 500 milhões de dólares no Corredor do Lobito, a ligação entre Angola e os seus vizinhos será reforçada, o que, por sua vez, beneficiará o escoamento da produção agrícola e industrial.
A Importância da Energia
A energia tem sido outro dos pilares de desenvolvimento que o BAD tem promovido em Angola. Embora o país tenha uma capacidade instalada de produção de 5,2 megawatts de energia, grande parte dessa produção não chega aos consumidores, devido a ineficiências na distribuição.
O BAD comprometeu-se a continuar a apoiar a construção de linhas de transmissão e de transporte de energia, permitindo que Angola expanda as suas exportações para países vizinhos, como a Zâmbia e a Namíbia, através da integração com a rede da SADC (Comunidade de Desenvolvimento da África Austral).
Essa exportação de energia poderá trazer mais receitas para o país e ajudar a estabilizar o setor energético, uma área essencial para o desenvolvimento industrial e económico.
O Corredor de Moçâmedes
Além do Corredor do Lobito, outra região que tem merecido a atenção do BAD é o Corredor de Moçâmedes, situado na província do Namibe. Trata-se de uma área estratégica que pode vir a desempenhar um papel crucial no comércio e no transporte de mercadorias.
O BAD expressou também a sua disponibilidade para apoiar projetos neste corredor que pode contribuir significativamente para o desenvolvimento económico da província e para a ligação de Angola com outros mercados regionais e internacionais. Infraestruturas como estas são fundamentais para o crescimento de um país.
Sem elas, o comércio interno e externo torna-se muito mais complicado, o que afeta diretamente o crescimento económico. O BAD, ciente dessas limitações, tem feito questão de garantir que o financiamento necessário esteja disponível para que projectos, como o Corredor do Lobito e o Corredor de Moçâmedes, se tornem realidade.
Economia Angolana em Crescimento
Apesar das dificuldades que Angola tem enfrentado nos últimos anos, há sinais de que a economia está a começar a recuperar. O presidente do BAD elogiou o governo angolano pelos progressos feitos na estabilização da economia.
Em 2023, o crescimento económico foi de 2,7% e as previsões apontam para um aumento para 4,2% no próximo ano. Esta recuperação está a ser impulsionada por reformas fiscais e pela diminuição do rácio da dívida pública que passou de cerca de 80% para 50%.
Além disso, as reservas internacionais líquidas de Angola estão num patamar confortável, com cerca de 14,5 mil milhões de dólares, o que proporciona uma cobertura de importação de 7,5 meses. Este valor ultrapassa o padrão estabelecido por instituições como o Banco Mundial e o Fundo Monetário Internacional que recomendam uma cobertura de cinco meses.
O Futuro
O futuro do empreendedorismo juvenil em Angola parece promissor, com o apoio do BAD a desempenhar um papel fundamental. Com a criação do Banco de Empreendedorismo Juvenil, os jovens terão acesso a uma nova fonte de financiamento e orientação, o que pode abrir portas para muitos que, até agora, viam o empreendedorismo como algo inatingível.
Esta iniciativa não apenas melhora as perspetivas de emprego, mas também ajuda a diversificar a economia do país que tem estado fortemente dependente do petróleo. Com o apoio contínuo a áreas como a agricultura energia e infraestruturas, Angola tem o potencial de se tornar um centro de inovação e empreendedorismo na região.
O foco em projetos sustentáveis em especial aqueles que envolvem as gerações mais jovens, é um sinal claro de que o país está a caminhar na direção certa para garantir um futuro mais próspero para todos os seus cidadãos.
Conclusão
O apoio contínuo do BAD a Angola, tanto no sector do empreendedorismo juvenil como nas áreas de energia, agricultura e infraestruturas, coloca o país numa trajetória de crescimento e inovação.
A criação do Banco de Empreendedorismo Juvenil é um passo essencial para dar aos jovens angolanos as ferramentas e recursos necessários para transformarem o futuro do país. Esta parceria entre o BAD e Angola é uma demonstração de que, com os investimentos certos, é possível criar um ambiente propício ao crescimento económico e à melhoria do nível de vida da população.
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Imagem: © 2018 Legnan Koula
