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Sexta-feira, Fevereiro 21, 2025

Congelamento da USAID Ameaça Corredor do Lobito

O megaprojeto ferroviário de Angola, o Corredor do Lobito, cofinanciado pela USAID, enfrenta riscos de cancelamento devido ao bloqueio imposto por Trump, podendo abrir espaço para a influência chinesa, apesar do interesse dos EUA em garantir minerais estratégicos.

Congelamento da USAID Ameaça Corredor do Lobito


O congelamento de fundos da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID) pode pôr em risco o Corredor do Lobito, um projecto de milhões de dólares desenhado para transportar minérios importantes da África Central até aos portos de Angola, reporta a Bloomberg.

As ordens da nova administração norte-americana para congelar o envio de fundos de desenvolvimento podem assim abrir uma brecha para Pequim conquistar novos parceiros em África.

O Corredor do Lobito, que consiste numa rede de ligações ferroviárias de mais de 2.500 quilómetros para levar recursos minerais das regiões mais ricas em termos naturais da Zâmbia e Congo, países com fronteira com Angola, até aos portos angolanos deveria contar com cofinanciamento da USAID, financiamento esse agora ameaçado pelas ordens de Trump.

A agência deveria contribuir com 250 mil dólares (238,9 mil euros) para os trabalhos de prospecção financeira, uma fatia do bolo total estimado em mil milhões de dólares (955,6 milhões de euros) de investimento nesta fase a ser repartido entre EUA e UE. Acresce a este montante mais 5 milhões de dólares (4,78 milhões de euros) para estudos operacionais, refere a Bloomberg.

Este valor ficou cativo dadas as ordens da Casa Branca, continua a Bloomberg.

Apesar do foco explícito da administração Trump no aumento da influência norte-americana em regiões de grande interesse e da vontade em assegurar fontes de materiais críticos na economia digital do futuro, a postura relativamente a este projecto aponta noutro sentido.

Caso os EUA abandonem o financiamento do Corredor (algo ainda incerto, tendo em conta os esforços legais domésticos nos EUA para bloquear o fim da USAID), abre-se uma porta para a China aumentar a sua influência na região, sendo que África conta já com vários aliados de peso para Pequim.

Isso mesmo destacou o ministro zambiano dos Transportes, Frank Tayali, citado pela Bloomberg.

“O meu país esteve durante muito tempo inclinado para alianças a Este”.

“Os EUA não devem criar aqui um vácuo que outros actores poderão preencher”.


Conclusão


A incerteza em torno do financiamento norte-americano ao Corredor do Lobito levanta questões sobre o compromisso dos EUA com a região e a sua estratégia para garantir acesso a recursos críticos.

Se o bloqueio da USAID se mantiver, Pequim poderá reforçar a sua presença em África, consolidando parcerias estratégicas e assegurando o fornecimento de minerais essenciais para a sua economia.

O desfecho desta situação dependerá das decisões políticas em Washington e da capacidade dos aliados ocidentais de manterem os seus investimentos na infraestrutura africana.

 


Será que o tão esperado Corredor do Lobito, vai mesmo por água abaixo com o congelamento de fundos da USAID? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.

 

Imagem: © 2025 Francisco Lopes-Santos
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