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TogglePapa Reza Por Vítimas Do Mpox E Pede Ajuda
O Papa Francisco, Hoje, Domingo, dia 25, durante a oração semanal do Angelus na Praça de São Pedro, no Vaticano, dirigiu palavras de solidariedade às vítimas do Mpox. Numa mensagem sentida, destacou que o Mpox é agora uma “emergência de saúde mundial” e apelou a uma resposta mundial.
Com o ressurgimento desta doença, especialmente na República Democrática do Congo (RDC), onde o impacto tem sido devastador, o Papa além de rezar pelas vítimas, instigou os governos e as indústrias privadas a “partilharem os tratamentos disponíveis para que ninguém fique sem cuidados médicos adequados”.
“Rezo por todos os infetados, especialmente pelo povo da República Democrática do Congo que tanto sofreu e expresso a minha proximidade às igrejas locais dos países mais afetados por esta doença”, disse o Papa.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) já havia alertado para a gravidade da situação, declarando o Mpox uma “Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII)”, o mais alto nível de alerta da organização.
Este facto sublinha a urgência de uma resposta concertada para enfrentar o surto, que está a causar sofrimento em vários países africanos, incluindo o Burundi, o Quénia, o Rwanda e o Uganda.
O Papa Francisco, sensível à dor e angústia das populações afetadas, sublinhou a importância de uma ação imediata para garantir que as nações mais vulneráveis recebam a assistência necessária.
O Apelo do Papa
Durante o Angelus de 25 de Agosto, o Papa Francisco apelou não só à oração, mas também a uma acção prática por parte dos líderes mundiais. As suas palavras destacam a necessidade urgente de, além da ajuda humanitária, se partilhar recursos e conhecimentos para enfrentar a crise sanitária.
“Partilhem a tecnologia e os tratamentos disponíveis para que ninguém deixe de receber cuidados médicos adequados”.
Foi o apelo do Papa para que os governos e a indústria privada assumam a responsabilidade que todos devemos assumir.
Este apelo transcende uma simples solicitação de ajuda. É um chamado à ação moral e ética, uma reflexão sobre as desigualdades que se manifestam de forma tão nítida durante crises sanitárias.
A falta de uma resposta adequada prolonga a crise e perpetua as desigualdades entre as nações. A incapacidade de fornecer tratamentos adequados em tempo útil pode ter consequências devastadoras, como já se observa na RDC, onde a elevada taxa de mortalidade reflete a gravidade da situação.
Até agora, a resposta internacional tem sido insuficiente para enfrentar os desafios impostos pelo Mpox. As dificuldades na produção e distribuição de vacinas, aliadas a barreiras logísticas, continuam a prejudicar os esforços para controlar a doença.
Além disso, a falta de vontade política em vários países para dar prioridade e ajuda às nações mais afectadas é um obstáculo significativo. O apelo do Papa, portanto, deve ser visto não apenas como um pedido de ação imediata, mas também como uma crítica à inação e à indiferença global.
A Dimensão Espiritual da Crise
Para além dos desafios técnicos e políticos, a crise do Mpox tem uma dimensão humana e espiritual profunda, que não pode ser ignorada.
“A maior doença da vida é a falta de amor, é não ser capaz de amar. E a cura mais importante é a dos afectos”.
Pronunciou o Papa Francisco antes da oração mariana do Angelus ao meio-dia deste 13º Domingo do Tempo Comum, assomando à janela de seu escritório no Palácio Apostólico Vaticano, diante dos fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro.
Esta reflexão do Papa Francisco, sublinha que, em tempos de crise, o isolamento e a marginalização podem ser tão devastadores quanto a própria doença. Uma mensagem particularmente relevante num contexto onde muitas das vítimas do Mpox enfrentam o sofrimento físico e o estigma do isolamento social.
A Mulher Que Perdia Sangue
Para ilustrar a sua mensagem, o Papa Francisco contou uma história do evangelho, sobre uma mulher que perdia sangue há anos, portanto, de acordo com a mentalidade da época, era considerada impura. Como tal era, marginalizada.
A história é emblemática do sofrimento enfrentado por muitos hoje. Tal como essa mulher foi marginalizada e isolada devido à sua condição, muitas vítimas do Mpox vivem agora sob o peso do estigma social.
Para o Papa, a cura dessas pessoas não deve ser apenas física, mas também emocional e espiritual. Ele destacou a necessidade de um olhar acolhedor e compassivo que vá além da aparência e toque o coração daqueles que sofrem.
Esta visão de Francisco é um apelo à comunidade internacional para que adopte uma abordagem mais holística na resposta à Mpox. Embora os cuidados médicos sejam essenciais, eles não são suficientes por si só. É crucial oferecer apoio psicológico e social às vítimas, garantindo que elas não sejam esquecidas ou marginalizadas.
Este é um desafio para todos nós: como podemos garantir que aqueles afetados pelo Mpox recebam não só os cuidados médicos de que necessitam, mas também o apoio emocional e espiritual que é igualmente vital para a sua recuperação.
A Crise do Mpox em África
O Mpox, antes considerado uma doença rara e limitada a algumas regiões de África, ressurgiu com uma nova intensidade, particularmente através do clado 1b, uma variante mais mortal e transmissível.
Este clado é responsável pelo aumento de casos na RDC, onde a doença já vitimou mais de 570 pessoas este ano. Além da RDC, países vizinhos como o Burundi, Quénia, Rwanda e Uganda também estão a enfrentar um aumento preocupante de casos.
A crise de saúde pública em África é exacerbada por vários factores, incluindo a fragilidade dos sistemas de saúde, a escassez de recursos médicos e a prevalência de outras doenças que já sobrecarregam as infraestruturas de saúde existentes. Apesar de a OMS ter declarado a situação como uma emergência de saúde pública internacional, a resposta global ainda enfrenta desafios significativos.
A produção e distribuição de vacinas e tratamentos, por exemplo, são áreas críticas que precisam de uma atenção urgente. A OMS sugere uma estratégia de vacinação direccionada, onde apenas indivíduos em risco, como aqueles que tiveram contacto próximo com pessoas infetadas, devem ser considerados para a imunização.
O rápido alastramento do Mpox para fora das regiões endémicas, com o primeiro caso europeu da nova variante “clado 1b” registado na Suécia a 15 de Agosto, é uma clara indicação de que a doença não respeita fronteiras.
Conclusão
A crise provocada pelo Mpox é um claro reflexo das desigualdades globais que persistem em moldar o acesso à saúde e a resposta a essas emergências. Com a declaração da OMS de uma “Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII)” o mundo foi alertado para a gravidade da situação, especialmente em África.
No entanto, a resposta tem sido insuficiente, com barreiras significativas na produção e distribuição de vacinas e tratamentos, dificultando os esforços para conter a doença. As palavras do Papa Francisco, proferidas hoje durante o Angelus, são um apelo urgente à ação e à solidariedade.
A partilha de recursos e a atenção às necessidades dos mais vulneráveis são essenciais para uma resposta eficaz e justa. A sua ênfase na cura dos afectos e na luta contra a marginalização deve servir como um aviso de que a saúde é mais do que apenas a ausência de doença; é também sobre bem-estar emocional e social.
A crise do Mpox exige uma resposta coordenada, baseada na justiça social e na compaixão. A cooperação internacional, guiada por esses princípios, é crucial para garantir que todas as vítimas recebam os cuidados necessários.
A verdadeira medida do sucesso na luta contra o Mpox não será apenas a contenção da doença, mas também a capacidade do mundo de responder com humanidade e solidariedade a mais esta crise sanitária.
O que pensas desta suplica do Papa Francisco, perante esta crise de saúde mundial? Queremos saber a tua opinião, não hesites em comentar e se gostaste do artigo partilha e dá um “like/gosto”.
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Imagem: © 2024 Vatican News