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ToggleA Tanzânia Confirmou o Surto de Marburgo
Foi confirmado oficialmente um surto do vírus de Marburgo que deflagrou na região de Kagera, no noroeste da Tanzânia, pela presidente do país, Samia Suluhu Hassan.
Durante a conferência de imprensa realizada na capital Dodoma, em presença do director-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, foi revelado que foi identificado um caso positivo após testes laboratoriais. A região, conhecida por ser um importante ponto de trânsito na África Oriental, enfrenta pela segunda vez desde 2023 este vírus altamente mortífero.
O anúncio surge após um período de incertezas e desmentidos, pelo governo do país. Na semana passada, o Ministério da Saúde da Tanzânia havia negado a existência de casos, apesar de a OMS ter relatado oito mortes suspeitas. Agora, com a confirmação, o governo assegura estar a intensificar esforços de controle para conter o surto e evitar uma maior disseminação.
O vírus de Marburgo, pertencente à mesma família do Ébola, é conhecido por provocar febre hemorrágica e tem uma taxa de mortalidade que pode atingir até 89%. Apesar de não haver vacina ou tratamento específico aprovado, a OMS sublinha que os surtos podem ser controlados rapidamente com medidas eficazes de vigilância, isolamento e tratamento.
Surto de Marburgo em Kagera
O paciente encontra-se sob acompanhamento, enquanto outras 24 amostras tiveram resultados negativos. O presidente da OMS, Tedros Ghebreyesus, declarou que a situação actual apresenta um risco baixo a nível mundial, mas exige atenção redobrada por parte das autoridades locais e internacionais.
“Agora é o momento para colaboração”.
“A OMS já disponibilizou 3 milhões de dólares do fundo de emergência para apoiar os esforços do governo tanzaniano”, afirmou.
A propagação do vírus de Marburgo ocorre principalmente através do contacto directo com fluidos corporais de pessoas infectadas, bem como por superfícies contaminadas. Os sintomas incluem febre alta, dores musculares, diarreia, vómitos e, em casos graves, hemorragias internas e externas.
Esforços de Controle
“Demonstrámos no passado a nossa capacidade de conter surtos semelhantes e estamos determinados a fazer o mesmo desta vez”.
Declarou a presidente, apelando à calma e à colaboração da população, enquanto apresentava as medidas implementadas, destacando a instalação de laboratórios móveis para diagnóstico rápido, o estabelecimento de centros de tratamento especializados e a intensificação da vigilância comunitária.
Além disso, a OMS e o Centro Africano de Controlo de Doenças (CDC África) estão a apoiar o rastreio de contactos, incluindo 56 trabalhadores de saúde e 16 indivíduos que tiveram contacto directo com casos suspeitos.
O surto em Kagera chama a atenção para a importância da cooperação regional, dado que a área é um ponto estratégico de trânsito entre vários países. Nos últimos meses, o Rwanda, país que partilha fronteira com a Tanzânia, declarou ter já controlado um surto de Marburgo que resultou em 66 casos e 15 mortes.
O Vírus de Marburgo
O vírus de Marburgo foi detectado pela primeira vez em 1967, em surtos na Alemanha e na Sérvia, ligados a macacos importados de África. Desde então, os surtos têm ocorrido principalmente na África Subsariana, onde as más condições, como os sistemas de saúde frágeis e proximidade a habitats naturais do vírus, aumentam o risco de contágio.
A transmissão ocorre através do contacto directo com fluidos corporais de pessoas infectadas ou com cadáveres durante cerimónias fúnebres tradicionais. Os profissionais de saúde também correm riscos significativos em casos de protecção inadequada, o que intensifica a gravidade dos surtos.
Os sintomas começam com febre alta, dores de cabeça e fraqueza muscular, mas podem evoluir para hemorragias graves e falência de múltiplos órgãos. A taxa de mortalidade varia de 24% a 89%, dependendo da qualidade dos cuidados médicos prestados.
Actualmente, não existem vacinas ou tratamentos específicos para o vírus de Marburgo. O tratamento consiste em cuidados de suporte, como reposição de líquidos, estabilização de sinais vitais e gestão de complicações. Esta limitação sublinha a necessidade urgente de investir em investigação para o desenvolvimento de vacinas eficazes e terapias específicas.
Apesar dos avanços em vigilância epidemiológica, a presença de reservatórios naturais do vírus em morcegos frugívoros e o contacto humano com habitats silvestres continuam a representar desafios significativos para o controlo e a prevenção do vírus de Marburgo.
Conclusão
Com o apoio da OMS e de outros parceiros internacionais, a Tanzânia encontra-se numa posição favorável para evitar que a situação se agrave. No entanto, é fundamental que a comunidade internacional continue a apoiar os esforços do país, enquanto se investe em investigação e desenvolvimento de vacinas e tratamentos eficazes para o vírus de Marburgo.
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Imagem: © 2025 Ikulu